domingo, 3 de maio de 2009

México critica medidas contra seus cidadãos devido à gripe suína

A chanceler do México, Patricia Espinosa, criticou hoje as medidas "discriminatórias e carentes de fundamento" adotadas por alguns países contra cidadãos mexicanos por medo de contágio da gripe suína --oficialmente denominado "influenza A (H1N1)".

O México é o país mais atingido pela enfermidade. Segundo o último levantamento divulgado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), o país reportou 397 casos confirmados de infecções humanas causadas pelo vírus, sendo que 16 deles resultaram em morte. No mundo todo são 658 infectados e 17 mortes em 16 países diferentes.

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Em entrevista coletiva, ela disse estar surpreendida da decisão de países "irmãos" como Peru, Argentina e Equador de suspender voos ao México e considerou "inaceitáveis" as medidas adotadas pela China, cujas autoridades isolaram em Hong Kong os hóspedes de um hotel pela presença de mexicanos e mandou um avião para levar os chineses que moram no país.

A chanceler se mostrou "especialmente" preocupada pelo caso da China --que ontem doou ao México material e equipamento médico avaliado em US$ 4 milhões-- por "isolar, sob condições inaceitáveis, cidadãos mexicanos que não deram mostras de nenhuma doença". Trata-se de uma família de cinco mexicanos que foram levados à força para um hospital e, depois, impedidos de deixá-lo até que a embaixada do México na China interveio, permitindo que eles fossem transferidos para um hotel.

Por esta razão, a Chancelaria mexicana recomendou a seus cidadãos que evitem viajar para a China "enquanto não se corrigirem essas medidas". "Não há justificativa nenhuma para violentar os direitos de cidadão algum, nem para adotar medidas que não têm base científica nem de saúde pública", advertiu a ministra.

Ela também criticou a decisão da Colômbia de se negar a sediar em Bogotá os jogos dos times mexicanos de futebol Chivas e San Luís pelas oitavas-de-final da Copa Libertadores da América.

Patricia Espinosa afirma que as medidas adotadas por alguns países latino-americanos "são incongruentes" com os vínculos mantidos tradicionalmente e "transgridem" as "recomendações explícitas da Organização Mundial da Saúde."

Os mexicanos devem considerar "com todo cuidado a conveniência de viajar para aqueles países que adotaram o tipo de medidas às que fiz referência", apontou.

Por outro lado, ela agradeceu a colaboração dos Estados Unidos e do Canadá, pela assessoria técnica oferecida, inclusive em testes clínicos para comprovar se algumas mortes haviam sido causadas realmente pela gripe suína, "o que foi de enorme valia para o México".

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